Brasil Acelera Adoção de Inteligência Artificial, Mostra Pesquisa da AWS

Descubra como as empresas brasileiras estão investindo pesado em inteligência artificial e IA generativa, enfrentando desafios de talento e liderança para impulsionar a transformação digital.

 

 

Há momentos na história em que a tecnologia não apenas avança, mas redefine o próprio tecido da sociedade e dos negócios. Estamos vivenciando um desses momentos com a ascensão meteórica da inteligência artificial. Lembro-me de conversas anos atrás, onde a IA parecia um conceito futurista, algo distante da realidade do dia a dia da maioria das empresas. Hoje, essa percepção mudou radicalmente. A IA não é mais uma promessa distante; ela é uma ferramenta presente, moldando estratégias e impulsionando inovações em um ritmo vertiginoso. No Brasil, essa transformação é especialmente palpável, com líderes empresariais e equipes de tecnologia buscando ativamente entender e implementar o potencial disruptivo da IA. Mas como exatamente as organizações no país estão navegando nessa nova era? Quais são os investimentos prioritários? E, mais importante, quais são os obstáculos e como eles estão sendo superados? Uma recente pesquisa lança luz sobre esse cenário dinâmico, revelando um panorama de entusiasmo, desafios e uma corrida contra o tempo para capacitar talentos e reestruturar a liderança em tecnologia.

O cenário brasileiro da inteligência artificial e da IA generativa está experimentando uma rápida expansão, conforme detalhado em um novo estudo abrangente conduzido pela Amazon Web Services (AWS). A pesquisa, intitulada “Generative AI Adoption Index”, fornece insights valiosos sobre a profundidade e amplitude com que as organizações no Brasil estão explorando e adotando as capacidades da inteligência artificial, especialmente em sua forma generativa. Os dados coletados pintam um quadro de um ecossistema empresarial vibrante e proativo, com a grande maioria das empresas já embarcando em jornadas de experimentação e implementação prática.

A Onda da IA Generativa no Ambiente Corporativo Brasileiro

O estudo “Generative AI Adoption Index” da AWS destaca um nível notavelmente alto de engajamento por parte das empresas brasileiras com a IA generativa. Os números são impressionantes: 93% das organizações entrevistadas no país afirmam já ter iniciado explorações no campo da inteligência artificial, indicando um reconhecimento generalizado do seu potencial transformador. Indo além da simples exploração teórica, 89% dessas empresas já estão executando experimentos práticos com a tecnologia. Este alto índice de experimentação sugere que as empresas brasileiras não estão apenas observando as tendências globais, mas estão ativamente buscando formas de integrar a IA generativa em suas operações, produtos e serviços. Esse movimento reflete uma compreensão crescente de que a inteligência artificial não é apenas uma ferramenta para otimização, mas um motor potencial de crescimento, inovação e diferenciação competitiva.

Prioridades de Investimento em Evolução

A crescente proeminência da inteligência artificial e da IA generativa se reflete de forma clara na reorientação das prioridades de investimento tecnológico para o ano de 2025. A pesquisa da AWS aponta para uma mudança significativa no foco orçamentário das organizações brasileiras. Pela primeira vez para muitos, a inteligência artificial se posicionou como a principal área de investimento para uma parcela significativa dos executivos de TI consultados, superando domínios que historicamente recebiam a maior fatia dos recursos.

De acordo com o levantamento, 39% dos executivos de TI indicaram a IA generativa como a principal prioridade de investimento para o próximo ano. Este percentual supera a segurança, que tradicionalmente figura entre as maiores preocupações e prioridades de investimento, citada por 28% dos executivos. Também ultrapassa a infraestrutura de computação, que foi a principal prioridade para 19% dos entrevistados. Essa realocação de capital para a inteligência artificial sublinha a seriedade com que as empresas brasileiras estão encarando o potencial dessa tecnologia e a urgência que sentem em integrar suas capacidades para se manterem relevantes e competitivas no mercado.

Além da Tecnologia: Fatores Organizacionais Cruciais

A pesquisa da AWS não se limita a quantificar a adoção e o investimento em inteligência artificial; ela também enfatiza que o sucesso na implementação da IA generativa depende de uma combinação de fatores que vão muito além da simples aquisição de tecnologia. O estudo sugere fortemente que a eficácia na adoção da inteligência artificial está intrinsecamente ligada a elementos organizacionais fundamentais, como a cultura empresarial, a clareza da visão estratégica e a capacidade da liderança em tecnologia e da liderança em geral para conduzir processos complexos de transformação digital.

Cleber Morais, diretor-geral da Amazon Web Services (AWS) no Brasil, reforça essa visão. Ele destaca que, embora a IA generativa permaneça uma das principais prioridades de investimento para 2025, o sucesso verdadeiro exige mais do que apenas a tecnologia em si. É preciso uma liderança forte, que seja capaz de articular uma visão clara e mobilizar a organização. Além disso, são necessárias as competências certas dentro das equipes, o que implica em programas de capacitação e desenvolvimento contínuo. Finalmente, uma cultura inovadora, que incentive a experimentação e a adaptação, é essencial para colher os frutos da inteligência artificial. Morais observa que as organizações estão começando a transitar da fase inicial de exploração e experimentação para a produção e implantação em escala. O foco agora está em dimensionar essas iniciativas para gerar um impacto comercial mensurável e tangível.

O Desafio da Escassez de Talentos Especializados em IA

Apesar do entusiasmo evidente e do aumento nos investimentos em inteligência artificial, o estudo da AWS identifica um obstáculo significativo que pode frear o ritmo da adoção em larga escala: a escassez de talentos em IA. Para 41% dos executivos entrevistados no Brasil, a falta de profissionais qualificados e com a experiência necessária em IA generativa representa uma das maiores barreiras para a implementação bem-sucedida da tecnologia em um nível mais amplo e estratégico.

Essa escassez de talentos em IA não é um problema exclusivo do Brasil, mas se apresenta como um desafio particularmente agudo no contexto de uma economia em desenvolvimento que busca rapidamente se digitalizar. A demanda por especialistas em aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, visão computacional e outras áreas relacionadas à inteligência artificial tem crescido exponencialmente, superando a oferta de profissionais qualificados disponíveis no mercado.

Programas de Treinamento e Capacitação como Resposta

Diante da escassez de talentos em IA, as organizações brasileiras estão reagindo proativamente. A pesquisa mostra que a maioria das empresas já reconhece a necessidade urgente de desenvolver as competências internas para lidar com a inteligência artificial e a IA generativa. Como resposta a esse desafio, seis em cada dez organizações entrevistadas (60%) já começaram a desenvolver programas de treinamento e capacitação específicos voltados para a inteligência artificial. Adicionalmente, outros 26% planejam lançar iniciativas de treinamento semelhantes em 2025.

Esses programas visam equipar os colaboradores existentes com as habilidades e conhecimentos necessários para trabalhar com as novas ferramentas e plataformas de IA generativa. O objetivo é não apenas mitigar a escassez de talentos em IA, mas também fomentar uma cultura de aprendizado contínuo e adaptação dentro das organizações, elementos cruciais para o sucesso da transformação digital impulsionada pela inteligência artificial. Investir em capacitação interna é visto como uma estratégia fundamental para construir equipes resilientes e preparadas para os desafios e oportunidades que a inteligência artificial apresenta.

A Evolução da Liderança para a Era da IA

A complexidade crescente da inteligência artificial e a necessidade de integrá-la de forma estratégica em todos os níveis da organização estão impulsionando uma evolução nas estruturas de liderança em tecnologia dentro das empresas brasileiras. A pesquisa da AWS revela que mais da metade das organizações no país já adaptaram suas estruturas para melhor gerenciar a adoção da inteligência artificial. Especificamente, 56% das organizações brasileiras já contam com um Diretor de IA (Chief AI Officer – CAIO) ou um cargo equivalente, que possui a responsabilidade específica de direcionar e impulsionar a implementação estratégica da inteligência artificial.

Embora papéis tradicionais como Diretores de Tecnologia (CTOs) e Diretores de Informação (CIOs) continuem a desempenhar um papel vital e a liderar muitas iniciativas de transformação digital, a emergência de cargos dedicados à inteligência artificial reflete a necessidade de uma liderança especializada que possa navegar pelas nuances técnicas, éticas e estratégicas da IA generativa. Estes novos líderes são encarregados de garantir que a inteligência artificial seja utilizada de forma eficaz, responsável e alinhada aos objetivos de negócio da empresa.

Gerenciando a Mudança em um Cenário Dinâmico

A integração da inteligência artificial em processos e fluxos de trabalho existentes não é meramente um desafio técnico; é fundamentalmente um desafio de gestão da mudança. O estudo da AWS destaca um contraste interessante entre a percepção da importância da gestão da mudança e a realidade de sua implementação nas empresas brasileiras. Enquanto uma vasta maioria de 93% das organizações reconhece a importância crucial de uma gestão eficaz da mudança para integrar a inteligência artificial aos seus negócios de forma bem-sucedida, uma fração significativamente menor, apenas 28%, afirma possuir uma estratégia estruturada e formalizada nesse sentido atualmente.

Essa lacuna entre a percepção e a ação sublinha a dificuldade inerente em transformar estruturas organizacionais, culturas e processos para acomodar novas tecnologias disruptivas como a IA generativa. No entanto, a perspectiva para o futuro próximo é positiva. A pesquisa projeta que 91% das organizações brasileiras terão estratégias dedicadas e estruturadas para gerenciar o impacto da inteligência artificial até o final de 2026. Isso indica um reconhecimento crescente da necessidade de abordar a transformação digital de forma holística, considerando não apenas a tecnologia, mas também os aspectos humanos e organizacionais da mudança.

Foco em IA Responsável e Diretrizes Éticas

À medida que a inteligência artificial, e em particular a IA generativa, se torna mais poderosa e disseminada, cresce também a importância de garantir que seu uso seja ético, justo e transparente. A pesquisa da AWS demonstra que as empresas brasileiras estão cada vez mais atentas a essa questão, colocando um foco crescente na IA responsável.

O estudo aponta que 68% das empresas entrevistadas já possuem diretrizes específicas e políticas internas relacionadas ao uso responsável da inteligência artificial. Além disso, outros 28% planejam desenvolver e implementar tais diretrizes ao longo de 2025. Este movimento em direção à IA responsável reflete uma preocupação legítima com as implicações sociais e éticas da tecnologia, incluindo vieses algorítmicos, privacidade de dados e segurança. Notavelmente, 40% dos entrevistados consideram as diretrizes de IA responsável um fator-chave e um critério importante na avaliação e seleção de ferramentas e plataformas de IA generativa disponíveis no mercado. Isso sugere que a ética e a responsabilidade estão se tornando elementos centrais na tomada de decisão tecnológica.

Abordagens Pragmáticas e Parcerias Estratégicas

Na prática, as empresas brasileiras estão adotando uma abordagem pragmática e flexível para implementar a inteligência artificial. Em vez de depender exclusivamente de soluções prontas ou desenvolver tudo internamente a partir do zero, a maioria optará por criar aplicações personalizadas que sejam adaptadas aos seus fluxos de trabalho específicos, conjuntos de dados e necessidades de negócio.

A pesquisa revela que a abordagem preferida envolve a utilização de modelos básicos preexistentes como ponto de partida, que são então aprimorados e personalizados. Especificamente, 58% das empresas planejam utilizar modelos prontos para uso, enquanto 60% pretendem aprimorar esses modelos ou utilizar modelos mais básicos para construir soluções sob medida. Além disso, as parcerias com provedores externos de tecnologia e serviços de inteligência artificial serão cruciais. O estudo indica que 44% das organizações utilizarão uma combinação de recursos internos e terceirizados para impulsionar suas iniciativas de inteligência artificial ao longo deste ano, enquanto 20% dependerão exclusivamente de provedores externos. Essa abordagem híbrida permite que as empresas alavanquem a expertise e a infraestrutura de provedores especializados, ao mesmo tempo em que mantêm o controle sobre a personalização e a integração das soluções em seus ambientes internos.

A pesquisa que fundamenta essas descobertas foi conduzida em colaboração com a Access Partnership. O estudo envolveu entrevistas com mais de 3.700 organizações em nove países, com um foco particular no Brasil, onde foram consultados 411 tomadores de decisão seniores de TI em diversos setores da economia, incluindo serviços financeiros, tecnologia, manufatura e varejo. Os resultados destacam um momento crucial para o Brasil, onde a inteligência artificial está rapidamente deixando de ser uma novidade para se tornar um componente essencial da estratégia empresarial.

Conclusão

O panorama revelado pela pesquisa da AWS sobre a adoção da inteligência artificial no Brasil é de um mercado em efervescência, pronto para abraçar as inovações que a IA generativa oferece. O alto índice de exploração e experimentação, o redirecionamento significativo de investimentos e o reconhecimento da necessidade de liderança especializada e programas de capacitação apontam para um futuro onde a inteligência artificial desempenhará um papel cada vez mais central na transformação digital das empresas brasileiras. No entanto, os desafios, especialmente a escassez de talentos em IA e a necessidade de estruturar a gestão da mudança, exigirão atenção contínua e esforços coordenados. Superar esses obstáculos será fundamental para que o Brasil não apenas adote a inteligência artificial, mas a utilize de forma eficaz e responsável para impulsionar o crescimento e a inovação em toda a economia. O que você acha sobre esse tema? Comente abaixo!

Pontos Principais

  • 93% das organizações brasileiras já exploram IA generativa, com 89% realizando experimentos práticos.
  • IA generativa é a principal prioridade de investimento para 39% dos executivos de TI brasileiros em 2025.
  • O sucesso da adoção da inteligência artificial depende de fatores organizacionais como cultura, estratégia e liderança.
  • A escassez de talentos em IA é o maior obstáculo para 41% dos executivos.
  • 60% das empresas brasileiras já iniciaram programas de treinamento em inteligência artificial.
  • 56% das organizações já possuem um Diretor de IA ou cargo similar.
  • 93% reconhecem a importância da gestão da mudança para integrar a inteligência artificial, mas apenas 28% têm estratégia formalizada (com projeção de 91% até 2026).
  • 68% das empresas possuem diretrizes de IA responsável, com 40% considerando-as fator-chave na avaliação de ferramentas.
  • Empresas preferem criar aplicações personalizadas (utilizando modelos prontos ou aprimorados) e formar parcerias externas.

A referência original que inspirou este notícia pode ser encontrada em https://www.terra.com.br/noticias/pesquisa-da-aws-mostra-como-empresas-se-preparam-para-genai,f017615f901e8bb23bd3ebb0ae8afcb7oqgdqwhi.html, e foi produzida com o apoio de inteligência artificial.

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