Descubra como a prefeitura de Ulianópolis, no Pará, inovou ao utilizar inteligência artificial para criar um comercial completo para sua festa junina, explorando o potencial da tecnologia generativa na produção de vídeo publicitário e gerando debate sobre o futuro da aplicação de inteligência artificial em publicidade.
Imaginem o aroma de fogueira, a alegria das quadrilhas, o sabor das comidas típicas. As festas juninas são marcos culturais em muitas cidades brasileiras, momentos de celebração que aquecem o coração da comunidade. Mas e se a forma de anunciar essa festa, de convidar as pessoas a participar, viesse diretamente do futuro? Em Ulianópolis, uma cidade vibrante no interior do Pará, a tradição se uniu à vanguarda digital de uma maneira inusitada e pioneira. A prefeitura local decidiu mergulhar de cabeça nas águas da inteligência artificial para criar a campanha publicitária de suas festas juninas, gerando um vídeo promocional inteiramente sintético. Essa escolha não apenas coloca a cidade no mapa da inovação tecnológica, mas também levanta questões fascinantes sobre o papel da tecnologia generativa no futuro da comunicação e do marketing, especialmente no setor público. O que antes parecia ficção científica, agora se torna uma realidade tangível, com cenários, personagens e até diálogos criados por algoritmos avançados.
A Revolução Criativa com a Inteligência Artificial
A inteligência artificial está redefinindo fronteiras criativas em ritmo acelerado, e o campo da produção de vídeo publicitário é um dos mais impactados. O que aconteceu em Ulianópolis é um exemplo notável dessa transformação. A prefeitura da cidade paraense optou por uma abordagem radicalmente moderna para promover suas tradicionais festas de junho. Em vez de contratar atores, locações e equipes de filmagem convencionais, eles delegaram a maior parte do trabalho criativo a sistemas de inteligência artificial.
O projeto foi liderado por Renato Lopes Ferreira, que detalhou o processo inovador em suas redes sociais. Segundo Ferreira, a peça publicitária é, em sua essência, um produto inteiramente sintético. Isso significa que cada elemento visual presente no vídeo – desde os cenários que retratam o ambiente festivo junino até os personagens que interagem e “falam” sobre o evento – foi gerado por meio de algoritmos avançados. A única parte “real” do comercial, paradoxalmente, são as informações sobre o evento em si, como datas e atrações, que precisam ser veiculadas de forma clara e precisa.
Para alcançar esse resultado impressionante, uma combinação de ferramentas de ponta foi empregada. O cerne da criação envolveu duas plataformas de inteligência artificial desenvolvidas pelo Google: o ChatGPT, conhecido por sua capacidade de gerar textos e roteiros coerentes, e o Google Veo 3, um modelo de vídeo generativo que se destaca pelo realismo e consistência das imagens produzidas. Além das IAs generativas, softwares de edição e pós-produção tradicionais, como Adobe Premiere e After Effects, foram utilizados para refinar o material, garantir a coesão entre as cenas geradas e dar um acabamento profissional à peça final, integrando elementos como a trilha sonora e as informações textuais do evento. Essa fusão entre o que é gerado artificialmente e o que é finalizado por ferramentas convencionais aponta para um futuro onde a linha entre o sintético e o real na produção de vídeo se torna cada vez mais tênue e colaborativa.
O uso dessas ferramentas não foi um processo trivial, mas demonstrou o potencial das IAs em criar conteúdo visual complexo em um tempo recorde. A tecnologia generativa, embora poderosa, ainda exige a curadoria e o direcionamento humano para atingir os objetivos desejados.
Por Dentro do Processo: Da Ideia ao Vídeo com Tecnologia Generativa
A materialização do comercial das festas juninas de Ulianópolis foi um verdadeiro laboratório de experimentação com tecnologia generativa. Renato Lopes Ferreira explicou que o ponto de partida foi o roteiro, desenvolvido com o auxílio do ChatGPT. A interação com o modelo de linguagem não se limitou a apenas pedir um texto corrido; foi um trabalho minucioso de engenharia de prompts, onde Ferreira detalhou cada cena com precisão. Ele especificou o ambiente, a ação dos personagens, as características visuais desejadas e até mesmo o tom das falas, tudo para fornecer ao ChatGPT as diretrizes necessárias para gerar um roteiro que pudesse ser traduzido visualmente de forma consistente pelas IAs de vídeo.
Com o roteiro em mãos, a parte visual ficou a cargo do Google Veo 3. Este modelo, apresentado pelo Google durante o evento Google I/O em maio de 2024 e que na data da produção estava disponível apenas para assinantes de planos específicos do Google AI, é considerado uma das ferramentas de vídeo generativo mais avançadas da atualidade. Ferreira utilizou o Flow, um ambiente de criação de vídeos desenvolvido pelo próprio Google, para interagir com o Veo 3 e gerar as sequências visuais a partir dos prompts derivados do roteiro. O processo exigiu um grau considerável de iteração e paciência. Segundo o produtor, foram necessárias mais de 80 tentativas de geração de vídeo para que o resultado final atendesse às expectativas e se alinhasse à visão criativa do projeto. Isso demonstra que, apesar do avanço da inteligência artificial, a criação de conteúdo de alta qualidade ainda envolve um ciclo de tentativa e erro, onde o direcionamento humano é fundamental para refinar e selecionar os melhores resultados gerados pela máquina.
O produto final é um vídeo publicitário que impressiona pelo nível de realismo. As imagens geradas artificialmente apresentam objetos relativamente consistentes em cena – um desafio notório para muitas IAs generativas atuais – e personagens fictícios com características físicas adaptadas para refletir a diversidade e as etnias que poderiam ser encontradas na região de Ulianópolis. Cada um desses “atores” virtuais foi projetado para ter falas próprias, narrando diferentes aspectos da festa junina, desde as atrações musicais até a culinária típica, criando uma sensação de dinamismo e informação no comercial.
Um dos aspectos mais destacados por Ferreira foi a velocidade da produção. Todo o trabalho, desde a concepção inicial do roteiro com ChatGPT até a geração e edição final do vídeo com Veo 3 e softwares tradicionais, levou apenas um dia para ser concluído. Ele fez a ressalva de que, para produções comerciais de grande escala, talvez não utilizasse esse método em todas as situações. No entanto, ele ressaltou enfaticamente que, se o mesmo comercial fosse produzido utilizando métodos tradicionais, com atores reais, equipe de filmagem e locações, o processo levaria semanas para ser finalizado, além de exigir um investimento financeiro significativamente maior. Essa comparação direta sublinha o potencial disruptivo da tecnologia generativa em termos de otimização de tempo e redução de custos na produção de vídeo, tornando-a uma alternativa viável e atraente para projetos com orçamentos limitados ou prazos apertados, como o de uma prefeitura que deseja divulgar um evento local.
O Debate e o Futuro da Aplicação de Inteligência Artificial em Publicidade
Apesar da sofisticação técnica e da eficiência demonstrada na produção de vídeo para a festa junina de Ulianópolis, o uso de inteligência artificial na criação do comercial não foi explicitamente mencionado na publicação original feita pela prefeitura em seu perfil oficial no Instagram. Essa omissão gerou um debate interessante nos comentários da postagem. Muitos usuários com um olhar mais atento notaram a natureza “sintética” das imagens e dos personagens, levantando questionamentos sobre a origem do conteúdo. Essa reação do público destaca a crescente familiaridade das pessoas com o tipo de estética gerada por IA e a importância da transparência por parte dos criadores e divulgadores.
Renato Lopes Ferreira, por outro lado, foi transparente sobre o processo em seu próprio perfil, compartilhando detalhes técnicos e até mesmo o arquivo no Google Docs contendo todos os prompts utilizados para gerar o conteúdo. Essa abertura contribui para a educação do público e de outros profissionais sobre as capacidades e os métodos por trás da tecnologia generativa. No entanto, em uma reviravolta interessante, Ferreira chegou a mencionar em seus stories que, após a experiência intensa com o projeto, não teria mais interesse imediato em trabalhar com produções utilizando o Google Veo 3. O motivo exato não foi amplamente detalhado na cobertura original, mas pode indicar que, apesar da eficiência, o processo ainda pode apresentar desafios criativos ou técnicos que o tornam menos atraente para o fluxo de trabalho a longo prazo, ou talvez ele sinta que a ferramenta ainda não está completamente madura para todas as aplicações comerciais.
Atualmente, o acesso ao Google Veo 3 é concedido através das assinaturas mais avançadas do Google AI, como o Google AI Pro (com custo mensal de R$ 96,99, na data da notícia original) e o Google AI Ultra (com custo mensal de R$ 1.209,90). Esses valores posicionam a ferramenta como uma opção mais acessível para profissionais e pequenas equipes através do plano Pro, enquanto o plano Ultra parece direcionado a empresas e estúdios com maiores demandas e orçamentos. A precificação reflete o estágio atual da tecnologia, ainda em desenvolvimento e com acesso mais restrito, mas a tendência é que, com o tempo e a popularização, ferramentas similares se tornem mais acessíveis.
A aplicação de inteligência artificial em publicidade, como demonstrado pelo caso de Ulianópolis, é um campo em rápida expansão. A capacidade de gerar conteúdo visual e textual de forma rápida e relativamente econômica tem o potencial de democratizar a criação publicitária, permitindo que pequenas empresas, órgãos públicos com orçamentos limitados ou criadores independentes produzam materiais de alta qualidade que antes eram inviáveis. No entanto, essa revolução também levanta questões éticas e sociais importantes. A autenticidade do conteúdo, a transparência sobre o uso de IA, o impacto nos empregos de profissionais criativos (como roteiristas, atores, cinegrafistas) e a possibilidade de disseminação de desinformação ou conteúdo enganoso são temas que precisam ser debatidos à medida que a tecnologia generativa se torna mais poderosa e difundida.
O caso da festa junina de Ulianópolis serve como um estudo de caso pioneiro no Brasil, mostrando que a inteligência artificial já está saindo dos laboratórios de pesquisa e sendo aplicada em contextos reais, mesmo em esferas inesperadas como a comunicação de eventos municipais. Ele ilustra tanto o enorme potencial da tecnologia generativa para transformar processos criativos quanto os desafios e debates que acompanham sua adoção.
Conclusão
O exemplo da prefeitura de Ulianópolis utilizando inteligência artificial para promover sua festa junina é um marco interessante na aplicação de inteligência artificial em publicidade no Brasil. Ele demonstra de forma prática como ferramentas de tecnologia generativa, como ChatGPT e Google Veo 3, podem otimizar a produção de vídeo, reduzindo drasticamente o tempo e os custos envolvidos. Em apenas um dia, foi possível criar um comercial completo, com cenários e personagens sintéticos realistas, algo que levaria semanas e exigiria um investimento significativamente maior pelos métodos tradicionais.
No entanto, o caso também revela os desafios. A detecção do uso de IA pelo público e a necessidade de transparência levantam discussões importantes sobre autenticidade e ética na comunicação. A experiência do próprio produtor, que após o projeto demonstrou não ter interesse imediato em seguir usando o Veo 3 para trabalhos futuros, sugere que, apesar do avanço, essas ferramentas ainda podem apresentar complexidades ou limitações que exigem adaptação ou podem não se encaixar em todos os fluxos de trabalho criativos.
À medida que a inteligência artificial continua a evoluir, veremos cada vez mais exemplos de sua aplicação de inteligência artificial em publicidade e outras áreas criativas. O caso de Ulianópolis serve como um fascinante estudo de caso sobre como a inovação pode surgir nos lugares mais inesperados, impulsionada pelo potencial transformador da tecnologia generativa. Enquanto a tecnologia avança, o debate sobre seu papel na sociedade, seus impactos éticos e seu equilíbrio com a criatividade e o toque humano permanece crucial para navegarmos neste novo panorama digital. O que você acha sobre esse tema? Comente abaixo!
Pontos Principais
- A prefeitura de Ulianópolis, no Pará, utilizou inteligência artificial para criar a publicidade de sua festa junina.
- Foram usadas ferramentas como ChatGPT (para roteiro) e Google Veo 3 (para geração de vídeo), além de softwares tradicionais de edição.
- O comercial é inteiramente sintético, com cenários e personagens gerados por IA.
- A produção de vídeo levou apenas um dia para ser concluída, contrastando com semanas pelos métodos tradicionais.
- O custo e o tempo de produção foram significativamente reduzidos com o uso da tecnologia generativa.
- Usuários notaram o uso de IA no comercial, gerando debate online.
- O caso destaca o rápido avanço da aplicação de inteligência artificial em publicidade e seus potenciais impactos e desafios éticos.
A referência original que inspirou este artigo pode ser encontrada em https://www.tecmundo.com.br/internet/404974-prefeitura-divulga-festa-junina-com-publicidade-100-gerada-por-ia.htm, e foi produzida com o apoio de inteligência artificial.
Notícia escrita com ajuda de uma IA.