Descubra o cenário da inteligência artificial nas empresas brasileiras, os desafios da tecnologia e o vasto potencial inexplorado segundo estudo da TOTVS. Entenda a adoção de inteligência artificial nas empresas e o que impede o avanço pleno.
Em um mundo cada vez mais moldado pela tecnologia, a inteligência artificial surge não apenas como uma ferramenta, mas como um catalisador de transformação. Sentimos seus efeitos em diversas esferas da vida, desde interações cotidianas até a forma como os negócios operam. Contudo, por mais onipresente que pareça, sua integração plena no ambiente corporativo brasileiro ainda encontra resistências e desafios. Um recente levantamento, encomendado pela TOTVS, lança luz sobre essa realidade, revelando um panorama onde a inteligência artificial ainda não desdobrou todo o seu potencial nas empresas brasileiras.
Um estudo exclusivo, resultado de uma parceria entre a TOTVS e a h2r insights & trends, trouxe à tona um dado significativo: cerca de 50% das empresas brasileiras ainda não utilizam a inteligência artificial de maneira estruturada e organizada em suas operações. Este número não apenas reflete um cenário atual, mas também aponta para uma imensa oportunidade de crescimento e modernização no ecossistema de negócios do país. Embora a adoção de inteligência artificial nas empresas esteja, para muitos, apenas em seus estágios iniciais, a pesquisa intitulada “Panorama IA nas empresas brasileiras” sublinha que as corporações, em geral, já reconhecem o valor intríncio da tecnologia. Elas percebem a capacidade da inteligência artificial de otimizar processos, reduzir a incidência de erros operacionais e, crucialmente, refinar o processo de tomada de decisões estratégicas.
O Cenário Atual da inteligência artificial nas Empresas Brasileiras
Ainda que metade das empresas brasileiras não utilize a inteligência artificial de forma organizada, a outra metade já deu os primeiros passos ou está em diferentes fases de implementação. O estudo detalha os níveis de maturidade na adoção de inteligência artificial nas empresas que já incorporaram essa tecnologia. Uma fatia considerável, correspondente a 58%, encontra-se nos estágios iniciais, experimentando ou aplicando a IA de maneira pontual. Em um nível intermediário, com iniciativas mais robustas em andamento, mas ainda sem alcançar a maturidade total, estão 34% das organizações. Apenas uma pequena parcela, representando 8% das empresas entrevistadas, considera sua inserção da inteligência artificial no ambiente corporativo como avançada, indicando uma integração mais profunda e estratégica.
A pesquisa, que ouviu representantes de 194 empresas de uma variedade de setores econômicos, também mapeou as principais aplicações da IA. O uso predominante da inteligência artificial no Brasil, de acordo com o levantamento, está na produção de conteúdo. Cerca de 33% das empresas que utilizam IA a empregam para gerar textos, resumos, e-mails e apresentações. A criação de elementos visuais é a segunda aplicação mais comum, mencionada por 29% dos entrevistados. A tecnologia também se mostra uma aliada importante na área de cibersegurança, com 21% das empresas utilizando IA para identificar comportamentos suspeitos e proteger seus dados. Completando o quarteto de usos mais frequentes, os chatbots para atendimento ao cliente são utilizados por 20% das organizações.
Cristiano Nobrega, CDAIO da TOTVS, comentou sobre estes achados, explicando que os dados revelam uma concentração inicial no uso da IA Generativa. No entanto, ele ressalta que a inteligência artificial é um campo muito mais vasto, abrangendo outras vertentes cruciais como modelos preditivos e técnicas de machine learning, que muitas vezes já estão incorporados em processos rotineiros sem que as empresas sequer percebam.
Ferramentas em Destaque e a Jornada da IA nas Corporações
Quando se trata das ferramentas de inteligência artificial mais populares, as plataformas de IA conversacional lideram o caminho. Ferramentas amplamente conhecidas como ChatGPT, Gemini e Claude são utilizadas por 40% das empresas brasileiras que já adotaram a IA. Este cenário evidencia a acessibilidade e a facilidade de uso que essas plataformas oferecem, tornando-se, muitas vezes, o ponto de entrada para empresas que desejam explorar o universo da inteligência artificial.
Em seguida, com 33% de utilização, aparecem as plataformas que possuem inteligência artificial integrada. Essa modalidade posiciona a IA como uma funcionalidade adicional que se incorpora à experiência do usuário de forma fluida, por vezes sem que o usuário perceba explicitamente que está interagindo com inteligência artificial. Este tipo de integração facilita a adoção de inteligência artificial nas empresas, pois a IA se torna parte de ferramentas e sistemas já conhecidos e utilizados no dia a dia corporativo.
O estudo também traça o caminho que as corporações percorrem na adoção de inteligência artificial nas empresas. Essa jornada, segundo o “Panorama IA nas empresas brasileiras“, inicia-se com a conscientização sobre os diferentes tipos de uso e aplicações possíveis da tecnologia. Procede para a exploração das finalidades e das ferramentas disponíveis no mercado. Em seguida, ocorre a fase de adoção propriamente dita, onde a IA começa a ser implementada. Após a implementação, as empresas passam pela fase de valoração, buscando entender o impacto e o retorno do investimento. Finalmente, a jornada culmina na mensuração dos resultados e impactos gerados pela inteligência artificial.
Um ponto relevante destacado pela pesquisa é que apenas 17% das empresas brasileiras fazem uso de soluções de inteligência artificial personalizadas, desenvolvidas para atender especificamente às necessidades do core business da organização. Este dado reforça a tendência observada de a IA ser aplicada principalmente para dar suporte a tarefas pontuais ou áreas específicas, em vez de ser integrada profundamente aos processos centrais das operações empresariais. Mesmo entre as organizações que ainda não utilizam a tecnologia, há um movimento crescente de conscientização e planejamento, com 15% delas já em fase de planejamento ou até mesmo de implantação inicial da inteligência artificial.
Desafios e o Futuro da adoção de inteligência artificial nas empresas
Apesar do crescente interesse e da percepção do potencial da inteligência artificial, a pesquisa da TOTVS também aponta para desafios significativos na adoção de inteligência artificial nas empresas. Um dos resultados mais notáveis é que apenas 20% das empresas que já utilizam IA a consideram como um elemento estratégico para o negócio. Em contraste, 42% percebem o uso da tecnologia como pouco alinhado aos objetivos corporativos de longo prazo. Esta discrepância sugere que, mesmo quando a IA é adotada, seu verdadeiro potencial estratégico ainda não é totalmente compreendido ou explorado pelas empresas brasileiras.
Um fator crucial que pode explicar essa baixa percepção de valor estratégico é a dificuldade ou a ausência de mensuração do Retorno Sobre o Investimento (ROI) da implementação de IA. O estudo revela que apenas 7% das empresas nacionais calculam o ROI de seus projetos de inteligência artificial. A falta de métricas claras e definidas para mensurar os resultados impede que as organizações identifiquem de forma precisa as oportunidades de negócio que estão sendo criadas ou, inversamente, perdidas. Essa lacuna na mensuração impacta diretamente a capacidade de escalar o uso da IA e de justificar novos investimentos na tecnologia. Entre as empresas que empregam inteligência artificial, 24% não possuem uma métrica definida para avaliar o desempenho da IA, enquanto 20% utilizam indicadores operacionais e apenas 11% se baseiam em indicadores de negócio para essa avaliação.
Ainda sobre a percepção de valor, 35% dos respondentes indicaram uma geração intermediária ou alta de valor a partir do uso da inteligência artificial. No entanto, quando se analisa a mensuração de performance, apenas 7% afirmam estar acima das expectativas iniciais, com 26% dentro das expectativas e 17% abaixo do esperado. Isso reforça a ideia de que, embora haja uma percepção de valor, a capacidade de medir e quantificar esse valor de forma precisa ainda é um obstáculo.
Os impactos mais mensuráveis da inteligência artificial nas rotinas corporativas, com pelo menos 37% das empresas notando um impacto médio ou alto, concentram-se principalmente na otimização das tarefas diárias. Isso inclui a redução de erros operacionais, a melhoria da qualidade e a agilidade no processo de tomada de decisões. Impactos de maior escala, como a redução substancial de custos, o aumento direto da receita ou a diminuição de pessoal, ainda são percebidos em menor grau pela maioria das empresas brasileiras. Este panorama sugere que o país está começando a integrar a inteligência artificial em sua estrutura econômica, mas ainda há um caminho considerável a percorrer para que a tecnologia gere uma transformação macroeconômica mais ampla e profunda.
A Ascensão dos Agentes de IA e as Barreiras à Adoção
Cristiano Nobrega também abordou no estudo a ascensão dos Agentes de IA. Ele descreve esses agentes como sistemas especialistas, frequentemente autônomos ou semiautônomos, que utilizam modelos de inteligência artificial para responder a comandos, executar tarefas complexas e adaptar-se de forma dinâmica ao contexto empresarial. Nobrega projeta que a disseminação desses agentes proporcionará um incremento significativo nas capacidades humanas, representando um salto tecnológico notável em termos de produtividade e eficiência.
A pesquisa revela que quase metade das empresas brasileiras demonstra familiaridade intermediária com o conceito de agentes de IA, e um percentual expressivo de 77% possui familiaridade média ou alta. Isso indica que este tipo de solução, embora ainda não amplamente utilizada, já está em pauta e em discussão no mercado nacional. Contudo, o uso prático e disseminado de agentes de IA ainda é incipiente. Por exemplo, embora 55% das empresas conheçam a capacidade de agentes de IA para criar textos de forma autônoma, apenas 8% efetivamente os utilizam em suas rotinas. Da mesma forma, para responder dúvidas frequentes de clientes, 51% das empresas têm conhecimento sobre a existência de agentes de IA capazes de realizar essa tarefa, mas somente 20% empregam essa ferramenta.
O “Panorama IA 2025” da TOTVS também elencou os principais obstáculos que dificultam a adoção de inteligência artificial nas empresas no Brasil. Dentre os fatores mais citados pelos entrevistados, destacam-se: o fato de a IA não ser considerada uma prioridade estratégica para o negócio (mencionado por 44%), preocupações legítimas com a segurança e a privacidade dos dados (36%), a carência de conhecimento técnico especializado e a dificuldade em aplicar a tecnologia de forma eficaz (35%). Outros obstáculos incluem os custos, por vezes elevados, de implementação das soluções de IA (35%), a escassez de profissionais qualificados no mercado com as habilidades necessárias para trabalhar com inteligência artificial (34%) e a dificuldade, já mencionada, em apurar o Retorno Sobre o Investimento (ROI) dos projetos de IA (32%).
Estes desafios, combinados com a relutância natural dos colaboradores à mudança e à incorporação de novas ferramentas (apontada por 24%), a complexidade inerente à integração de novas soluções de IA com sistemas legados e preexistentes na empresa (23%) e a falta de suporte ativo e engajamento da alta gerência (23%), formam um conjunto de barreiras que freiam a assimilação plena da inteligência artificial. Essa dificuldade na adoção de inteligência artificial nas empresas impacta diretamente a competitividade das organizações em um ambiente de negócios que está em constante e acelerada transformação impulsionada pela tecnologia.
Apesar das barreiras identificadas, a pesquisa também revela um interesse generalizado por parte das empresas brasileiras em utilizar a inteligência artificial para transformar e otimizar seus processos internos. Um percentual elevado de 83% das empresas demonstrou interesse em utilizar a IA para gerar dashboards e análises de desempenho mais precisas e em tempo real. Além disso, 70% expressaram interesse na capacidade da IA de consolidar informações provenientes de diferentes sistemas ou de auxiliar no acompanhamento de rotas e gestão de estoques. Estes dados indicam que, apesar dos desafios, o potencial da IA para gerar eficiências operacionais e insights de negócio é amplamente reconhecido.
Cristiano Nobrega reforça que os Agentes de IA representam uma resposta promissora para a necessidade de aplicações escaláveis, seguras e plenamente integradas a sistemas legados, promovendo um impacto mensurável na produtividade das organizações. Ele enfatiza a importância crítica de as empresas brasileiras avaliarem cuidadosamente sua própria preparação antes de implementar soluções de inteligência artificial. Ter sistemas de gestão atualizados e compatíveis com as novas tecnologias constitui, para ele, o primeiro e fundamental passo. No entanto, a infraestrutura tecnológica também é essencial; plataformas e soluções de IA devem operar preferencialmente em ambientes de nuvem para garantir flexibilidade, escalabilidade e acesso facilitado. Mais importante ainda, Nobrega destaca que investir na organização e, sobretudo, na qualidade dos dados corporativos é um passo indispensável. A inteligência artificial depende diretamente da disponibilidade e da confiabilidade das informações para gerar valor real e insights acionáveis para o negócio.
Impacto e Implicações
Os resultados do estudo da TOTVS têm implicações profundas para o futuro da competitividade das empresas brasileiras no cenário global. A lentidão na adoção de inteligência artificial nas empresas, seja por falta de prioridade estratégica, custos, carência de talentos ou dificuldades de mensuração, pode criar um gap de eficiência e inovação em relação a concorrentes internacionais que já exploram a tecnologia em níveis mais avançados. Para os profissionais, o estudo ressalta a necessidade urgente de requalificação e desenvolvimento de habilidades em IA, pois a demanda por talentos nessa área tende a crescer exponencialmente. Para a sociedade, uma adoção de inteligência artificial nas empresas mais ampla e eficaz pode significar melhorias em produtos e serviços, otimização de setores essenciais e, potencialmente, a criação de novas oportunidades de trabalho em funções ligadas à tecnologia e à gestão da IA. A superação das barreiras identificadas é crucial para que o Brasil possa colher os benefícios plenos da revolução da inteligência artificial.
Conclusão
O Panorama IA nas empresas brasileiras realizado pela TOTVS oferece um retrato claro e detalhado do estágio atual da inteligência artificial no ambiente corporativo do país. Se por um lado há um reconhecimento generalizado do potencial da tecnologia, por outro, persistem desafios significativos que impedem a adoção de inteligência artificial nas empresas de forma estratégica e mensurável. A lacuna entre a percepção de valor e a capacidade de quantificá-lo, a falta de prioridade em muitos casos e as barreiras técnicas e de talento são fatores que precisam ser ativamente endereçados. A jornada da IA nas corporações brasileiras está em curso, mas para acelerar a transformação e garantir a competitividade futura, será fundamental investir não apenas em tecnologia, mas também em capacitação, infraestrutura de dados e, crucialmente, em uma visão estratégica que posicione a inteligência artificial no centro das operações e objetivos de negócio. O que você acha sobre esse tema? Comente abaixo!
Pontos Principais
- Cerca de 50% das empresas brasileiras ainda não utilizam inteligência artificial de forma organizada.
- A maioria das empresas que utilizam IA (58%) está em estágios iniciais de implementação.
- Os usos mais comuns da IA incluem produção de conteúdo, criação visual, cibersegurança e chatbots.
- Ferramentas de IA conversacional (ChatGPT, Gemini, Claude) são as mais utilizadas.
- Apenas 17% das empresas usam soluções de IA personalizadas para o core business.
- Somente 20% das empresas que utilizam IA a consideram estratégica.
- Apenas 7% das empresas calculam o ROI da implementação de IA.
- As principais barreiras à adoção de inteligência artificial nas empresas incluem falta de prioridade, segurança, conhecimento técnico e custos.
- Há grande interesse em usar IA para dashboards, análises e consolidação de informações.
- Agentes de IA são vistos como futuro para produtividade, mas uso prático ainda é embrionário.
- A organização e qualidade dos dados, além da infraestrutura em nuvem, são fundamentais para o sucesso da IA.
A referência original que inspirou este notícia pode ser encontrada em https://startupi.com.br/estudo-totvs-panorama-ia-empresas-brasileiras/, e foi produzida com o apoio de inteligência artificial.